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VESPAS

MACHADO, V.L.P.(1)

(1)CEIS - Centro de Insetos Sociais - Instituto de Biociências – UNESP – Campus de Rio Claro – SP.

Vespa 'caboclo'
 

“Vespa caboclo”Polistes versicolor é uma vespa de tamanho médio (cerca de 2,0 cm de comprimento) de coloração geral ferrugínea; faixas laterais do pronoto, gáster e pernas pretas com algumas marcas ferrugíneas e amarelas. O abdome escuro ferruginoso, com as bases dos tergitos 1-5 pretos, somente 1 e 2 com marcas amarelas preapicais. Constroem ninhos abertos (estelocítaros gimnódomos) em locais diversos (edificação humana, vegetação, barranco, cavidades natural e/ou artificial). A fundação da colônia é realizada através de uma só fêmea fecundada (rainha) ou várias fêmeas que estabelecem uma hierarquia de dominância entre elas. O ciclo da colônia é geralmente anual, com um período de desenvolvimento (ovo – adulto) em torno de 50 dias. Suas colônias podem produzir algumas dezenas de indivíduos. Estas vespas podem contribuir no controle de pragas agrícolas (alimentam sua cria com presas – insetos) e na polinização pois, visitam as flores na obtenção de néctar.

 

Vespa Mariquinha
 
“Mariquinhas”Polybia paulista é uma espécie de vespa social comuníssima no Brasil, especialmente no Estado de São Paulo, ocorrendo também nos Estados de GO, MG, MT, PR, com registro no Paraguay e Argentina. São vespas de pequeno tamanho (cerca de 1 cm), coloração preta, com manchas amarelas no tórax (escutelo). Constroem ninhos fechados com envelope protetor, compostos de várias camadas de favos (ninhos fragmocítaros caliptódomos) encontrados em locais abrigados nas edificações humanas (sob telhas, madeiramento, cimento etc), vegetações (árvores, arbustos etc), barrancos, cavidades naturais e artificiais mas, tendo sempre pelo menos uma face livre para o vôo (beira de estradas, caminhos, etc). A fundação da colônia é realizada por enxameação de várias rainhas acompanhadas por um grupo de operárias. Em uma colônia já estabelecida podemos encontrar os indivíduos reprodutores que são representados pelas rainhas e machos, que geralmente aparecem no final do ciclo e, pela casta das operárias (estéreis), responsáveis pela execução da maior parte das tarefas (construção, alimentação, defesa etc). As formas reprodutivas são produzidas uma vez ao ano (final ou começo do ano), entretanto, as colônias podem permanecer no local por 2 a 3 anos. As colônias que tem seus ninhos derrubados podem migrar e construir novas colônias em qualquer época do ano. A duração do período de desenvolvimento (ovo a adulto) é de aproximadamente 100 dias. As colônias possuem geralmente milhares de indivíduos. As vespas podem ser consideradas insetos benéficos uma vez que contribuem para o controle biológico de pragas agrícolas e na polinização das plantas.

ABELHAS

Abelha Mamangaba Xylocopa

Abelha Mamangaba
Epicharis

“Mamangaba”, “mamangava” ou “mamangá”. Designa em especial as grandes abelhas sociais, família Apidae do gênero Bombus, de aproximadamente 2,8 cm de comprimento, de corpo grosso e peludo. Fazem seus ninhos escondidos entre touceiras do campo. O arranjo interno dessas habitações é muito simples; há potes em que é armazenado o mel, aliás pouco e de má qualidade. Esses potes não são outra coisa senão casulos velhos, feitos pelas larvas durante a sua evolução. Suas colônias nunca tem mais de 500 habitantes, há muitas rainhas na mesma colméia e bem poucos machos (que se distinguem pelo maior comprimento das antenas e por não terem ferrão). O mesmo nome cabe ainda, por analogia, a várias outras abelhas corpulentas, de apídeos solitários, que não constituem sociedade regular, dividida em castas; apenas os machos e as fêmeas coabitam em maior número no mesmo lugar. Tais são as espécies do gênero Xylocopa, que fazem ninhos em paus podres (perfurados por elas em várias direções) ou em internódios da taquara, onde colocam o ovo e o respectivo alimento, em quantidade suficiente para que a larva possa chegar até a maturação. Outros gêneros Centris e Epicharis também são abelhas solitárias, algumas do tamanho das mamangabas comuns, outras menores, em geral pretas, aveludadas, coloridas de amarelo ou vermelho. Fazem ninhos no chão, cada fêmea por si, mas em grande número na mesma área restrita, o que evidentemente é o começo de vida social, ainda não aperfeiçoada pela constituição de castas.

 

Irapuá

“Irapuá”Trigona spinipes. Abelha social de meliponíneos, de 7 a 8 mm de comprimento, preta, reluzente, asas quase pretas na metade basal, com reflexos violáceos. O ninho é uma bola de meio metro de diâmetro, revestida exteriormente por algumas camadas de material folhado, quebradiço, que envolve não só o ninho propriamente dito (células e potes de mel), como ainda um anexo, às vezes considerável, constituído por uma massa compacta de barro e cêra. Esta última parte do ninho não é habitada e tem a função única de dar peso ao ninho, para que este não balance com o vento. É uma das poucas espécies dos nossos meliponídeos que fazem ninho dependurado nas árvores e não em cavidades. Quando alguém toca o ninho das irapuás, elas precipitam sobre o importuno e, ainda que não tenham ferrão desenvolvido, mordem com suas mandíbulas e se enrolam nos cabelos, daí o nome de abelhas “torce-cabelo”. O mel é pouco, de qualidade inferior e de gosto desagradável. A irapuá torna-se útil, contribuindo para a boa polinização de algumas flores (bananeiras), mas no pomar, apesar disto, é considerada daninha porque, para aproveitar logo o pólen, abre os botões das laranjeiras muito antes do tempo, estragando assim a florada.É uma das espécies mais comuns no Brasil.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa