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GEOMORFOLOGIA

A Depressão Periférica Paulista é uma unidade morfológica importante no Estado de São Paulo. Esta área localiza-se entre os rebordos pré-cambrianos do Planalto Cristalino e as escarpas das zonas das cuestas dos derrames basálticos do Planalto Ocidental Paulista. Estende-se por mais de 470 km de norte a sul do estado, descrevendo um arco de circunferência externa e apresentando em média 90 km de largura.

A Depressão Periférica Paulista foi descrita em 3 zonas distintas: Médio Tietê, Paranapanema e Mogi-Guaçu, sendo que a sub-bacia do Rio Corumbataí pertence a primeira zona, que apresenta-se com características morfológicas típicas: comportamento interplanáltico, suavemente ondulado, com altitude oscilando entre 550 m a 650 m ao nível das várzeas estreitas e descontínuas de 600 m a 650 m, correspondentes aos interflúvios tabuliformes.

O desnível apresentado por esta área em relação aos primeiros alinhamentos das escarpas areníticas-basálticas, limiares ao norte, noroeste e oeste está entre 200 m a 300 m. Estas escarpas recebem as denominações: Serra do Atalaia, Morro Grande, Serra do Cuscuzeiro, Serra de Sant’ana, Serra de Itaqueri e Serra de São Pedro, niveladas entre as cotas de 800 m a 1.000 m. Estes alinhamentos de cuestas compõem um anfiteatro característico do setor-ocidental da Depressão Periférica onde localizam-se as cabeceiras do Rio Corumbataí e de seus afluentes: Ribeirão Claro e Passa Cinco. Estes rios nascem nas encostas da cuesta e se deslocam para o sul indo alimentar o Rio Piracicaba, que, correndo em sentido oeste, leva suas águas para o Rio Tietê.

O Rio Corumbataí é considerado como “recente-subsequente” com seu traçado preferencialmente obedecendo a tectônica de falhamento pós-cretácica que teria afetado a região, concordantes em linhas gerais com a direção das camadas permo-triássicas. Na recente evolução geomorfológica da bacia, a intensidade de chuvas, especialmente no verão, coincide com o término da atividade agrícola, com os campos desprotegidos de cobertura vegetal, resultando em desgaste do solo. O Rio Corumbataí surgiu tardiamente no cenário da evolução geomorfológica da região, pois é o único da Depressão Periférica a percorrer aproximadamente 100 km no sentido norte-sul.

A paisagem regional é descrita como monótona, predominando extensas áreas suavemente onduladas, apenas interrompidas no contato das escarpas areníticas-basálticas e cortadas pela rede hidrográfica com padronagem dendrítica. As vertentes desprotegidas pelos desmatamentos, se processam de forma acelerada, contribuindo para o aprofundamento dos vales fluviais. Apesar deste autor citar uma paisagem regional monótona, pelo menos em muitos trechos da sub-bacia considera-se que a mesma é rica devido as cuestas.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

SILVA, G.M.P. Diagnóstico Ambiental, Qualidade de Água e Índice de Depuração do Rio Corumbataí – SP, 1999 155 p. Dissertação (Mestrado) – Centro de Estudos Ambientais – CEA, UNESP.

CLASSES DE DECLIVE

O comportamento espacial do relevo pode ser representado quantitativamente através da Carta de Declividades que tem inúmeras aplicações: hidrologia, engenharia, planejamento regional, planejamento agrícola, etc. A tabela seguinte apresenta a porcentagem de ocorrência de cada classe de declividade, segundo a compartimentação da bacia.

Classes de declividade na sub-bacia do Rio Corumbataí

Classes de Declividade

Bacia do Rio Corumbataí
(ha)

Afluentes
Rio Corumbataí
R. Claro
P. Cinco
A.Curso
M.Curso
B.Curso
Total
%
A (<2%)
4.580
830
1.310
3.340
350
10.410
6,1
B (2 a 5%)
5.500
7.410
4.720
4.310
6.180
29.120
17,0
C (5 a 10%)
11.620
15.160
10.040
11.650
10.090
58.560
34,2
D (10 a 20%)
6.310
21.250
10.740
8.030
10.380
56.710
33,2

E (20 a 45%)

310

4.980
610
1.970
14.290
8,4
F (³ 45%)
---
1.380
390
20
170
1.960
1,1
TOTAL
28.320
52.450
32.180
28.960
29.140
171.050
100,0

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KOFFLER, N. Carta de declividade da bacia do rio Corumbataí para análise digital (SIG). Geografia, 19: 167-182, 1994.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa