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IPEÚNA

Por volta de 1856, Antônio Pedroso do Amaral, proprietário do Sítio Invernada, deu início à exploração das terras, onde mais tarde se desenvolveu a cidade de Ipeúna. Tal fato estimulou a formação de um pequeno aglomerado de pessoas, vivendo de uma pequena agricultura de subsistência, da caça e da pesca.

Por volta de 1876, passou a integrar a população do pequeno povoado, uma família de imigrantes portugueses que se dedicava à extração de madeira da serra de Itaqueri e do morro Guarita, para vendê-la à estrada de ferro Paulista, cujos trilhos chegavam até a cidade de Rio Claro. Também, chegavam ao local, mascates, boiadeiros e tropeiros que prestavam serviços nas fazendas próximas.

Já existia nesse momento a capela em louvor a Nossa Senhora da Conceição, para o atendimento espiritual dos habitantes. Em 1884, em virtude do aumento populacional, foi reivindica as autoridades eclesiais, a autorização para a celebração de missas, e, também para a construção de um cemitério.

Em 1888, após a abolição da escravatura, muitos ex-escravos passaram a residir no povoado. Também a abertura à imigração européia, trouxe para o local, imigrantes italianos, contribuindo para o aumento populacional na povoação.

Este aumento levou à necessidade de se iniciar a organização política e administrativa da mesma. Como resultado vamos ter a criação do Distrito de Paz que recebeu a princípio, diferentes denominações: Santa Cruz do Passa Cinco, Santa Cruz da Boa Vista e Santa Cruz da Invernada, mais tarde Ipojuca que na língua indígena significa “água parada, água suja”. Esta denominação vigorou de 1906 a 1944, quando foi novamente substituído por Ipeúna que significa ipê preto.

O passo seguinte resultou na doação de terras ao patrimônio do santo padroeiro da povoação. Isto se deu em 1896, através de duas doações: uma feita por Vicente José Barbosa que doou seis alqueires de terra para Nossa Senhora da Conceição, e a outra por Francisco Barbosa de Moraes que doou três alqueires de terra para Nossa Senhora da Conceição, e a outra por Francisco Barbosa de Moraes que doou três alqueires de terra para a Santa Cruz. Desta forma ficou oficializado perante as autoridades eclesiais, o espaço físico do pequeno núcleo urbano que se organizava.

Quanto ao aspecto econômico, Ipojuca não se beneficiou diretamente com o desenvolvimento da cultura cafeeira que atingiu a região no final do século XIX, sobretudo pelo fato dos trilhos da Companhia Paulista de Estrada de Ferro, não passar pela povoação. Esta vai servir apenas como um ponto de abastecimento de bens de consumo para as fazendas e sítios da região. O centro urbano mais próximo era Rio Claro e o contato com o mesmo era feito por meio de carros de boi e carroças.

A mais importante atividade econômica em Ipojuca, a exploração das caieiras, para a produção da cal. Tem início por volta de 1912, estendendo-se até a década de 1950, atendendo o mercado consumidor da região. Sua extração era realizada de maneira muito rudimentar. A pedra calcárea era encontrada em profundidades que variavam de 10 a 15 metros. Estas eram fragmentadas resultando em pedras menores que eram quebradas e levadas aos fornos, onde permaneciam queimando por cerca de sete ou oito dias. Após a queima ainda era preciso aguardar cerca de 30 horas para que as mesmas resfriassem, para assim poder retirar a cal, que era armazenado em lugares apropriados, para posterior comercialização.

O comércio local era ativo, consistindo de diversas casas comerciais que ofereciam à população do núcleo urbano, mercadorias diversas. Forneciam também mercadorias para as fazendas e os sítios dos seus arredores.

Em 1925, foi inaugurada uma ponte sobre o rio Passa Cinco, tornando a circulação das mercadorias muito mais fácil.

A energia elétrica só chegou em 1920. A partir de então pequenas fábricas puderam se instalar no local. Entre elas, uma pequena fábrica de cerveja, um moinho de fubá, um de beneficiamento de arroz, uma fábrica de balas.

Somente em 1958, é que o serviço de água canalizado passou a beneficiar a população.

A emancipação política de Ipeúna, só ocorreu em 28 de fevereiro de 1964. A Câmara e a Prefeitura Municipal foram instaladas em 21 de Março de 1965.

O Município de Ipeúna está localizado na região administrativa de Campinas, possuindo hoje, uma área de 207Km2. Em 2004, o Município contava com cerca de 5.097 hab. Possuía cerca de 32 estabelecimentos industriais, empregando 947 trabalhadores, e 27 estabelecimentos comerciais, empregando 68 trabalhadores.

A cidade é abastecida em 99,59% de água encanada, em 99,90% de coleta de lixo e 94,85% de esgoto sanitário.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

MACHADO, H. M. F. G.; e outras. Atlas Municipal Escolar, 1a edição, 2002, Rio Claro, SP.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa