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CHUVA

A análise temporal e espacial das variações da pluviosidade, foi realizado do ponto de vista da dinâmica atmosférica, em seus diferentes ritmos de sucessão dos tipos de tempo, com base na “tipologia de fluxos de invasão polar”. Foram escolhidos os “anos-padrão” seco, chuvoso e de pluviosidade média, possuidores de ritmos atmosféricos e de resultados pluviais diferenciados. O ano de 1983 foi o que melhor representou o “padrão chuvoso” e 1985 o “padrão seco”. Já 1990 apresentou um ritmo próximo ao habitual e foi considerado como ano de “pluviosidade média”. A demonstração da distribuição espacial das chuvas foi efetuada através de cartas de isoietas, construídas tanto para os “anos-padrão” escolhidos como para as médias-anuais e sazonais – obtidas para o período de 30 anos (1962/91).

Objetivando reunir o maior número possível de informações sobre a Bacia e adjacências, principalmente longas séries de dados pluviométricos, recorreu-se ao Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE). Nesta instituição foram obtidos dados de 60 postos, sendo que após uma análise preliminar selecionou-se os 24 com dados mais consistentes.

Alguns dos resultados obtidos através de análise estatística, podem ser vistos na Tabela 1. Os valores desta tabela após tratamento gráfico, encontram-se ilustrados na Figura 1 (Pluviosidade média anual) e 2 (Pluviosidade média sazonal). A Tabela 2 indica o comportamento pluviométrico anual em Rio Claro, no período 1962/91, e serve como exemplo das que foram construídas de forma idêntica para os demais postos selecionados. A intensidade das variações interanuais da pluviosidade em Rio Claro pode ser observada através da Figura 3, construídas com informações da Tabela 2. Foram elaboradas nove cartas de isoietas: seis referentes ao período de 1962/91 – médias anuais (Figura 4), médias sazonais (Figuras 5 a 8) e três relativas aos “anos-padrão” (Figuras 9 a 11).

A análise da Figura 4, representativa da pluviosidade média anual do período 1962/91, revela que os mais altos índices encontram-se na porção noroeste, cujos níveis de altitude estão entre 800 e 1000 m, o que demonstra a existência de um certo “efeito orográfico”. Por outro lado, os menores índices pluviométricos estão situados ao sul da cidade de Piracicaba, promovendo amplitude da ordem 250 mm. Quanto as cartas sazonais, constata-se similaridade entre os altos valores de verão e primavera, e entre os baixos índices de outono e inverno. Nas duas primeiras (índices mais elevados no verão), o efeito orográfico é bastante visível, provocando uma amplitude de 100 mm em relação à área ao sul de Piracicaba (ver Figuras 5 a 8). Nas cartas de outono e inverno (Figuras 6 e 7) verifica-se que a porção central da Bacia é a mais chuvosa, que as amplitudes são pequenas (entre 15 e 30 mm) e que o efeito orográfico quase se extingue. Observando-se a carta relativa ao ano de 1983 e comparando-a com a Figura 4, verifica-se a presença de valores extremamente altos, em relação aos índices médios - diferenças sempre superiores a 700 mm – e a existência de dois setores (centro e norte da Bacia) onde elas atingem cerca de 1000 mm. Quanto ao ano de 1985 (Figura 10), de caráter seco, constata-se uma redução na pluviosidade, entre 200 e 300 mm, ao compará-lo com o padrão médio obtido de 30 anos (Figura 4). Entretanto, a noroeste, na área das cuestas, e a leste, nos formadores do Piracicaba, as deficiências foram mais suaves (cerca de 100 mm). A carta de isoietas para 1990 (Figura 11) representa o “padrão habitual” para a Bacia, embora se possa notar setores isolados com valores inferiores aos esperados: oeste da Bacia e sul de Piracicaba.


Figura 1 - Pluviosidade Média Anual na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 2 - Pluviosidade Média Sazonal na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 3 - Variação interanual da Pluviosidade em Rio Claro (SP).


Figura 4 - Pluviosidade Média Anual na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 5 - Pluviosidade Média de Verão na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 6 - Pluviosidade Média de Outono na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.

Figura 7 - Pluviosidade Média de Inverno na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 8 - Pluviosidade Média de Primavera na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 9 - Pluviosidade Elevada na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.


Figura 10 - Pluviosidade Reduzida na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Rítmo "Excepcional" ano - 1985.


Figura 11 - Pluviosidade Média na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Rítmo "Habitual" ano - 1990.


Tabela 1 - Comportamento Pluviométrico Médio na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.

Tabela 2 - Comportamento Pluviométrico Médio na Bacia do Rio Corumbataí e Arredores - Período 1962/91.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ZAVATINI, J.A.& CANO, H. Variações do ritmo pluvial na bacia do rio Corumbataí – SP. Boletim de Geografia Teorética, 23:215-240, 1993.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa