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BALANÇO HÍDRICO

A disponibilidade de água para as plantas durante o ano pode ser observada através do balanço hídrico, ilustrado pela Figura 1, realizado para 100 mm de armazenamento de água disponível no solo. O método utilizado foi o de Thornthwaite e Mather (1955), com algumas adaptações:

a) Evapotranspiração de referência (ETo): calculada a partir da evaporação do tanque Classe “A” (ECA), utilizando-se os coeficientes de tanque (Kt).

b) Precipitação pluviométrica a 50% de probabilidade. Embora normalmente seja utilizada a precipitação média, as grandes diferenças encontradas com relação à chuva provável a cada 2 anos em 4, mostra haver uma assimetria acentuada na distribuição das chuvas, tornando mais confiável este último parâmetro. Por outro lado, a chuva a 75% de probabilidade, que indica o montante de precipitações esperadas em 3 anos a cada 4, recomendada para projetos, penaliza excessivamente o regime hídrico da região pois não reflete a compensação que deve ocorrer durante o ano, já que o total anual a 75% de probabilidade (1236 mm) é significativamente superior à soma das precipitações mensais a esse nível de probabilidade (809 mm).

As precipitações prováveis foram calculadas através do método da análise de frequência, resumido pela equação 1.

P = No/N + (1 – No/N) 100M /(N + 1) (1)

onde:

P = Probabilidade

M = Nº de ordem

N = Nº de anos da série analisada

No = Nº de anos sem chuva na série analisada

O balanço hídrico mostra que na região a evapotranspiração real (1.100 mm) é muito próximo da potencial (1.193 mm), resultando num déficit hídrico anual de 93 mm, que representam apenas 8% das necessidades hídricas da planta utilizada como referência, grama batatais (Paspalum notatum), ou outra planta de ciclo longo que apresente exigências hídricas semelhantes. Os déficits concentram-se no período de abril a agosto, sendo mais significativos no trimestre junho-agosto quando chegam a atingir o valor de 57% das necessidades hídricas. Entretanto, estão disponíveis cerca de 9 meses de precipitação satisfatória para o desenvolvimento de grande parte das culturas agrícolas, se considerado apenas este critério climatológico.


Figura 1 - Curso anual da precipitação (P505), evapotranspiração potencial (ETm) e evapotranspiração real (ETr).

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

KOFFLER, N.F. & MORETTI, E. Diagnóstico do uso agrícola das terras do município de Rio Claro – SP. Geografia, 16:1-76, 1991.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa