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VEGETAÇÃO NATURAL

A partir de 1850, com a implantação da cafeicultura e a instalação da estrada de ferro em 1876, a vegetação natural diversificada, que antes dominava a área drenada pelo Rio Corumbataí e seus afluentes, restringe-se atualmente à pequenas reservas em algumas propriedades rurais e à matas de galerias. Contribuíram principalmente para o esgotamento dessa vegetação, a rizicultura das várzeas fluviais, a cultura da cana-de-açúcar e a instalação de olarias e cerâmicas. A mata ciliar presente nesta sub-bacia foi descrita em quatro tipos:

Tipo 1: mata primitiva com predominância de árvores de grande porte, restritas no alto curso do Rio Corumbataí e de seus afluentes, principalmente nas vertentes íngremes da cuestas de difícil acesso, fato este que contribui para sua preservação.

Tipo 2: mata com predominância de árvores de grande porte porém, esta vegetação secundária ciliar arbóreo arbustiva, é encontrada junto às nascentes bem como no médio curso onde se apresenta em trechos descontínuos.

Tipo 3: vegetação ciliar devastada com predominância de arbustos, aparecendo disseminada por toda a bacia, resultado da devastação da mata ciliar pela ação humana.

Tipo 4: vegetação higrófila rasteira, aparece disseminada por toda a sub-bacia em áreas onde atualmente se localizam as olarias e áreas agrícolas, predominando as gramíneas até um metro de altura intercaladas por alguns arbustos esparsos.

Constatou-se ausência de madeiras de lei, evidenciando serem as matas ciliares e as reservas florestais na região, uma formação secundária consequência da ação antrópica. Além destas formações, o conjunto da paisagem vegetal regional revela superfícies ainda ocupadas por campos sujos e cerrados, degradados pelas queimadas e sustentados por solos pobres em nutrientes minerais e orgânicos.

A vegetação ciliar do curso médio e superior do Rio Corumbataí, devido ao desmatamento, está sendo substituída por componentes vegetais alóctones, isto é, estranhos a esta biosinésia. A água do solo é também um fator importante no desenvolvimento e variação da estrutura da vegetação ciliar, assim como o traçado do rio. A instabilidade das margens provocadas pela destruição das matas ciliares desorganiza inclusive os processos de reprodução e refúgio dos peixes.

As várzeas locais são ocupadas, às vezes por gramíneas compondo as pastagens naturais. A monotonia da paisagem vegetal vem sendo cada vez mais acentuada pelas formações homogêneas das culturas de Eucalyptus e Pinus e por canaviais.

Em estudos da comunidade arbórea da mata ciliar do Rio Ribeirão Claro, município de Rio Claro, foram encontrados 35 espécies pertencentes a onze famílias, sendo que a família Leguminosa apresentou maior importância relativa na fitocenose, devido à alta densidade de indivíduos a ela pertencentes. A família Euphorbiaceae, apresentou-se como a segunda família mais importante. Os gêneros Inga e Sebastiania, foram os mais abundantes, representando, respectivamente, as famílias Leguminosas e Euphorbiaceae.

Alguns autores estudaram a mata mesófila semidecídua da Fazenda São José, municípios de Rio Claro e Araras, verificando os aspectos florísticos e fitossociológicos. Coletaram 1.204 indivíduos a partir de uma altura mínima de 1,30 m de fuste, pertencentes a 155 espécies, 116 gêneros e 48 famílias. Observaram dois estratos arbóreos floristicamente e fitossociologicamente diferenciados, comportando-se como unidades com características peculiares. Encontraram alto valor de índice de diversidade, podendo inclusive ser colocado entre os mais altos do mundo.

Dentro da bacia do Corumbataí existem fragmentos de cerrados, que precisam ser conservados. Dentro eles, encontra-se a reserva da FAPESP, mantida pelo Instituto de Biociências, UNESP, Rio Claro, com uma área de dezesseis hectares com vários aspectos de vegetação, desde o campo limpo, hoje tendendo a campo sujo até o cerradão, atualmente com aspecto de mata. Estas alterações foram decorrentes pelo fato de que a reserva está protegida de cortes de madeira e das queimadas, desde 1962.

Áreas de mata da bacia do Rio Corumbataí se concentram, nas cuestas e nos morros testemunhos e na Fazenda São José, a nordeste da cidade de Rio Claro. Manchas de cerrado ainda ocorrem nas proximidades de Corumbataí, Analândia e Itirapina. Alguns remanescentes da mata ciliar podem ser encontrados ao longo do Ribeirão Cabeça, Rio Passa Cinco e no alto curso do Rio Corumbataí e do Ribeirão Claro. Algumas das mais importantes essência nativas são apresentadas neste item.

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

SILVA, G.M.P. Diagnóstico Ambiental, Qualidade de Água e Índice de Depuração do Rio Corumbataí – SP, 1999, 155 p. Dissertação (Mestrado) – Centro de Estudos Ambientais – CEA, UNESP.

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa