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Contraste entre Turismo e Geoturismo: Exemplo da Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí (SP) e Áreas Adjacentes

Gustavo Marques e Amorim; Norberto Morales
Universidade Estadual Paulista – UNESP

www.geoturismobrasil.com/artigos/.../rio%20corumbataí%20sp.pdf

Resumo
A região compreendida pela Bacia Hidrográfica do Rio Corumbataí, no setor central do estado de São Paulo, compreende importantes sítios urbanos, como Analândia, Araras, Ipeúna, Itirapina, Limeira, Rio Claro, Piracicaba e São Pedro, alguns já reconhecidos como centros turísticos regionais. Apresenta importante malha viária que permite acesso rápido à região metropolitana de São Paulo, além de intensa malha viária secundária viabilizando fácil e rápida circulação entre os municípios da área. É sítio de intensa visitação em função do turismo convencional, explorado em roteiros de turismo de aventura, religioso, colonial e rural entre outros interesses. Por outro lado, apresenta importantes cenários geológico e geomorfológico que, observados do ponto de vista da divulgação do conhecimento geocientífico, podem representar forte impulso e motivação para visitação, focados dentro do tema Geoturismo. Os registros geológicos e estratigráficos da região documentam desde cerca de 250 milhões de anos processos deposicionais, magmáticos, tectônicos e a escultura do relevo pelo sistema de drenagem definindo o quadro geomorfológico. Na região existem pacotes de rochas pertencentes às eras Paleozóica, Mesozóica e Cenozóica, representadas por rochas sedimentares e vulcânicas, além de inúmeros registros fósseis. É possível reconhecer litologias e estruturas em belos afloramentos que caracterizam ambientes glaciais a periglaciais, marinhos, lacustres, continentais e até desérticos. Esta peculiaridade se deve principalmente à presença de altos estruturais (Domo de Pitanga, Artemis, Jibóia e Pau d’Alho) que soergueram unidades estratigráficas da base da Bacia Sedimentar do Paraná, posicionando e expondo rochas mais antigas ao lado de unidades mais novas. A geomorfologia é diferenciada, pois abrange parte Depressão Periférica Paulista e sua passagem para o Planalto Ocidental. Na área ocorrem as escarpas da “zona das cuestas basálticas” que contribuem substancialmente para a existência de diversos cenários naturais dotados de beleza cênica, como as próprias escarpas e relevos residuais, cachoeiras, rios, morros e cavernas, aproveitadas no turismo convencional. A região conta com diversos cenários naturais de extrema beleza cênica, registros geológicos de importância variada, instituições de ensino superior, municípios turísticos, ampla malha rodoviária. Além de incrementar substancialmente a valoração tradicionalmente atribuída aos atrativos existentes, a região pode utilizar o geoturismo como ferramenta de difusão de conhecimentos geocientíficos e despertar o interesse da população em geral e da comunidade científica para a importância da área. As feições de relevo e de drenagem em leitos rochosos são valorizados e utilizados como atrativos turísticos em turismo de aventura, mas o potencial da região do ponto de vista da adição e divulgação das feições de interesse geocientífico acaba tornando o potencial subutilizado, mesmo dentro das tradicionais atividades turísticas. Deste modo, para incrementar o turismo da região e desenvolver o geoturismo local é necessário a criação de parcerias público-privadas entre prefeituras e instituições de ensino superior para oferecer atividades que ultrapassem o valor estético da região e incluir roteiros de atividades que utilizem as peculiaridades científicas ali reconhecidas.

Palavras-chave: bacia hidrográfica do rio corumbatai; geoturismo; turismo tradicional.

 

 

Desenvolvimento: Centro de Análise e Planejamento Ambiental- CEAPLA/IGCE/UNESP

Apoio: FAPESPFundação de Amparo à Pesquisa