Módulo 3 - Interação Homem-Ambiente - 3. Geodinâmica Externa

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GEODINÂMICA EXTERNA

 

PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL

 

PROCESSOS COSTEIROS

As áreas costeiras vêm, ao longo da história, sendo ocupadas de forma bastante rápida e desordenada, tornando constante a ocorrência de problemas ambientais, com elevadas conseqüências sócio-econômicas. Um dado que demonstra a intensificação do crescimento humano em zonas costeiras é a presença de 2/3 da população mundial vivendo ao longo da costa, sendo que no Brasil 5 das 9 áreas metropolitanas mais populosas situam-se nessas áreas (Souza & Suguio, 1986 apud Suguio, 1999).

Portanto, os estudos ambientais dos processos costeiros vêm atualmente ganhando grande enfoque, principalmente porque permitem caracterizar as áreas costeiras e possibilitar um adequado planejamento do uso do solo, de modo que tais áreas possam abrigar as grandes demandas de turismo, urbanização e industrialização.

Infanti Jr & Fornasari Filho (1998) consideram complexos e dinâmicos os processos geomorfológicos costeiros, sendo constante a ocorrência de modificações na configuração da zona costeira, devido a atuação de processos erosivos, de transporte e sedimentação. Os referidos autores ainda colocam que "o estudo dos processos costeiros exige o registro e a observação de um grande número de variáveis (pressão barométrica, temperatura, umidade, direção e intensidade dos ventos, direção e velocidades das correntes marinhas, geometria das ondas, natureza e distribuição dos sedimentos, entre outras), durante um longo período de tempo (o mínimo dois anos, caso se disponha de dados históricos de alguns parâmetros mais representativos)".

No Brasil, os estudos adequados de áreas costeiras são ainda incipientes. Esta é uma área que deverá apresentar grande demanda nos próximos anos, dadas as características do país.

As fotos a seguir apresentam alguns exemplos da força e da energia dos processos costeiros, que em muitos casos causam problemas econômicos às populações locais (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).

Processos Costeiros

Processos Costeiros

Processos Costeiros

 

A figura abaixo apresenta as nomenclaturas mais comuns utilizadas para se referir às zonas costeiras (modificada de Infanti Jr & Fornasari Filho, 1998; organizada por Fábio Reis).

Ambientes Costeiros

Com base na figura anterior, veremos a seguir alguns conceitos das morfologias costeiras mais encontradas no litoral brasileiro (Infanti Jr & Fornasari Filho, 1998).

PRAIAS: são formadas por sedimentos soltos, de granulometria variada, compostos principalmente de quartzo, contendo ainda feldspatos, fragmentos de rochas, entre outros minerais. As praias são bastante dinâmicas, apresentando mudanças de sua configuração dependendo do aporte de sedimentos. Se esse aporte for maior do que a saída de sedimentos, ocorre a expansão da linha de costa e, se a entrada de sedimentos for menor que a saída, a praia encontra-se em processo de recuo da linha de costa.

DUNAS: constituem-se de feições formadas de sedimentos arenosos que são transportados pela ação dos ventos. Nas zonas costeiras as dunas, ou as denominadas dunas frontais ou ante-dunas, muitas vezes, tem o papel de diminuir a energia das ondas, principalmente durante a ocorrência de ressacas. As dunas apresentam uma dinâmica bastante complexa, sendo suas migrações influenciadas pela direção dos ventos predominantes, que por sua vez depende da conformação costeira.

MANGUES: morfologia costeira desenvolvida em regiões baixas e abrigadas do litoral, de declividade muito suave, inundadas periodicamente, onde ocorre deposição de sedimentos finos, sendo áreas parcialmente recobertas por vegetação característica (halófitas). Constituem-se verdadeiros berçários para muitas espécies do litoral. Os mangues são extremamente influenciados pelo delicado equilíbrio dinâmico entre as variações dos níveis de maré, o aporte fluvial e as taxas de deposição/erosão.

RESTINGAS: são definidas como cordões arenosos paralelos e de pequena elevação, que protegem costas baixas ou fecham pequenas enseadas, estando sua origem ligada ao recuo do mar. Apresentam vegetação característica.

LAGUNAS: correspondem a corpos de água pouco profundos, alongados paralelamente à linha de costa, sendo separados do mar por uma barra móvel de areia ou cascalho. A comunicação com o mar é muito dinâmica, podendo ser temporária ou permanente, sendo feita por aberturas nas barras.

FALÉSIAS: são formadas pela ação erosiva das ondas sobre a rochas de uma encosta continental. Seu desenvolvimento está associado à escavação causada por pulsões de pressão devido à quebra de ondas, golpes de aríete ou compressão do ar em fraturas, que removem os fragmentos rochosos da base da falésia, desestabilizando-as e ocasionando o desmoronamento pela ação de seu próprio peso.

 

A seguir veremos informações sobre algumas conseqüências negativas da interação entre o Homem e os processos naturais.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS