Módulo 3 - Interação Homem-Ambiente - 3. Geodinâmica Externa

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PROCESSOS DE DINÂMICA SUPERFICIAL

 

EROSÃO HÍDRICA

 

Linear

 

Erosão linear

A água apresenta um papel preponderante em quase todos os processos de dinâmica superficial, sendo o fator que mais intensifica e desencadeia os referidos processos. Salomão & Iwasa (1995) destacam que "nos estudos sobre erosão linear é fundamental conhecer o comportamento das águas de chuva e do lençol freático em coberturas pedológicas ao longo de vertentes".

A foto ao lado apresenta uma erosão linear provocada pela concentração do fluxo d´água, ocasionada pela construção de canaletas de captação de água pluvial.

Como vimos anteriormente, a erosão linear ocorre devido a concentração do fluxo de escoamento d´água, evoluindo em 3 tipos diferentes: sulcos, ravinas e boçorocas.

As fotos a seguir ilustram os 3 tipos de erosão linear (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999), os quais são diferenciados  pelo estágio de evolução dos processos de erosão, sendo que as boçorocas correspondem ao estágio mais avançado.

 

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SULCOS

Sulcos

Pequenas incisões na superfície (na forma de filetes muito rasos), de até 0,5m de profundidade, perpendiculares às curvas de nível. Podem ser eliminados por operações normais de preparo de solo. Desenvolvem-se em áreas nas quais a erosão laminar é mais intensa (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).

 

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RAVINAS

Ravina

Apresentam profundidade maior que 0,5 metros, diferenciando-se dos sulcos por não serem obliteradas pelas operações normais de preparo do solo. Ocorrem quando a água do escoamento superficial escava o solo atingindo seus horizontes inferiores e, em seguida, a rocha. Também ocorrem movimentos de massa devido ao abatimento de seus taludes (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).

Possuem forma retilínea, alongada e estreita. Raramente se ramificam e não chegam a atingir o nível freático. Apresentam perfil transversal em "V" e geralmente ocorrem entre eixos de drenagens, muitas vezes associadas a estradas, trilhas de gado e carreadores (Proin/Capes & Unesp/IGCE, 1999).

 

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BOÇOROCAS

Formas mais complexas e destrutivas do quadro evolutivo da erosão linear. Devem-se à ação combinada das águas do escoamento superficial e subterrâneo, desenvolvendo processos como o "pipping" (erosão interna), liquefação de areias, escorregamentos, corridas de areia, etc.

O inadequado uso do solo é considerado fator principal e decisivo no surgimento das boçorocas. São formas erosivas de difícil controle.

Boçoroca em fase de alargamento

Boçoroca em fase de recuperação

Em geral são ramificadas, de grande profundidade, apresentando paredes irregulares e perfil transversal em "U". Quando se instalam ao longo dos cursos d'água, principalmente nas cabeceiras, são denominadas boçorocas de drenagem. Também podem se formar pelo aprofundamento de ravinas até o nível freático, sendo denominadas boçorocas de encosta.

A diferença entre as ravinas e as boçorocas está na presença, no caso das boçorocas, do nível freático aflorando no fundo do canal, o que condiciona uma evolução da erosão (lateral e longitudinal).

As fotos ao lado apresentam duas boçorocas em estágios diferentes de evolução, a primeira representa uma boçoroca nova, ou seja, as paredes encontram-se em processo de alargamento (buscando um perfil em "U"), com solo totalmente exposto. A segunda já se encontra em fase de recuperação, podendo-se notar um perfil em "U" bem definido, acúmulo de sedimentos em sua base e a presença de vegetação nas paredes e no fundo da boçoroca.

 

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS