MOTRIZ - Revista de Educação Física - UNESP

Volume 2, Número 2, Dezembro/1996

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http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/revista.htm


SUMÁRIO

ARTIGOS

FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO

O  Lúdico: um fenômeno transicional........................................................................................................................................................................................... 60

Luiz Alberto Lorenzetto

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR

Educação Física escolar: relação com outros componentes curriculares............................................................................................................................. 65

Sheila A. P. S. Silva

FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO

Radicais livres de oxigênio e sua importância para a funcionalidade imunológica.......................................................................................................... 71

Benedito Pereira

Demanda metabólica em lutas de projeção e de solo  no judô: estudo pela lactato sanguíneo...................................................................................... 80

Alexandre Janotta Drigo, Andrea Rodrigues de Amorim, Carlos J. Martins e Renato Molina

DANÇA, ESPORTE, RECREAÇÃO E LAZER

Refletindo sobre o jogo..................................................................................................................................................................................................................... 86

Júlia Paula

Cabeça de ferro, peito de aço, perna de pau: a construção do corpo esportista brincante............................................................................................... 97

Heber Eustáquio de Paula

RELATO DE EXPERIÊNCIA

A construção do jogo na escola.................................................................................................................................................................................................... 106

Zenaide Galvão

V SIMPÓSIO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Teoria, Prática e Reflexão na formação do profissional em Educação Física..................................................................................................................... 110

Carol Kolyniak Filho

 

PONTO DE VISTA

Um enfoque ergonômico para a Educação Física...................................................................................................................................................................... 114

Carlos Alberto Anaruma e Raquel Aparecida Casarotto

 

RESUMOS DE DISSERTAÇÃO E TESE

Uma proposta de práxis pedagógica significativa de educação física “adaptada” às necessidades de crianças com síndrome de Down....... 116

Romildo Vieira do Bonfim

A Ação pedagógica do professor de Educação Física: estudo de um tipo de formação profissional científica....................................................... 117

Suraya Cristina Darido

 

CARTAS

Carta 1 ................................................................................................................................................................................................................................................. 118

VI SIMPÓSIO PAULISTA DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Programação....................................................................................................................................................................................................................................... 118

EDITORIAL

Neste número da revista o leitor, novamente, terá acesso a trabalhos que perpassam por diferentes temas e concepções. No primeiro artigo o Prof. Dr. Lorenzetto discute as concepções filosóficas e educacionais do lúdico, bastante apoiado nos estudos de Winnicot e no conceito de transicionalidade proposto pelo autor. No próximo trabalho o leitor terá a oportunidade de conhecer as propostas da Profa. Sheyla de Paula a respeito de um tema tão apropriado e também tão complexo que é a questão da interdisciplinaridade(multi ou temas transversais) que se impõe na Educação e Educação Física escolar.

Benedito Pereira num artigo de grande profundidade discute e analisa os efeitos do excesso de treinamento físico aeróbio sobre a funcionalidade imunológica do organismo.

No artigo seguinte Drigo e colegas procuram analisar as demandas metabólicas no judô a partir do lactato sanguíneo.

Julia Paula apresenta, no próximo artigo discussão bastante inspirada sobre a importância do jogo.

O Professor Heber, em artigo instigante também perpetra pelas questões do jogo e principalmente do lúdico analisando a história de vida do ex-jogador de futebol profissional Dario dos Santos. Em seguida, a Profa. Zenaide Galvão relata a sua experiência profissional apresentando algumas maneiras interessantes de empregar o jogo e a participação dos alunos na construção e modificação das suas regras.

Apresentado no V Simpósio Paulista de Educação Física o trabalho do Prof. Carol Kolyniak Filho discute a questão da teoria e da prática fundamentado no motivalismo histórico dialético.

E para finalizar, o ponto de vista, proposto por Anaruma e Casarotto levanta alguns pontos para debate a respeito da ergonomia e a sua relação com a Educação Física.

Enfim, a Revista Motriz, apresenta mais uma oportunidade para o leitor informar-se sobre o que acontece na Educação Física autal. Além disso, gostaríamos de convidar nossos leitores para participarem do VI Simpósio Paulista de Educação Física que é, em conjunto com esta Revista, eventos que combinam respeito e tradição. O programa completo está no final deste número.

A COMISSÃO EDITORIAL

O LÚDICO: UM FENÔMENO TRANSICIONAL

Luiz Alberto Lorenzetto

RESUMO  TEXTO COMPLETO / FULL TEXT

Este estudo realizado dentro da área da Filosofia da Educação, buscou analisar o LÚDICO como um aspecto da TRANSICIONALIDADE, isto é, como um estágio intermediário entre a FUSIONALIDADE e a AUTONOMIA, em busca da identidade pessoal e o reconhecimento social. O estudo mostra que: a) este estágio implica na necessidade de entrar em CONTATO, vencer certas RESISTÊNCIAS existenciais e até de "quebrar o próprio gelo"; e b) que o prazer do jogo diante dos objetos e fenômenos transicionais demonstra ser uma excelente forma de contato entre as pessoas, pois diminui a formalidade, promove a alegria e desenvolve a confiança.

UNITERMOS: Jogo, Transicionalidade, Comunicação, Saúde.

 

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR: RELAÇÃO COM OUTROS COMPONENTES CURRICULARES

Sheila A. P. S. Silva

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Este ensaio apresenta uma reflexão e exemplos da possibilidade da Educação Física, enquanto componente curricular no Ensino Fundamental brasileiro, desenvolver trabalho integrado às demais matérias do currículo.

UNITERMOS: Educação Física Escolar, Currículo, Integração disciplinar.

 

RADICAIS LIVRES DE OXIGÊNIO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A FUNCIONALIDADE IMUNOLÓGICA

Benedito Pereira

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O treinamento físico aeróbio intenso promove várias alterações funcionais no organismo. Recentemente, o problema da diminuição da funcionalidade imunológica com o consequente aumento da incidência de infecções em atletas tornou-se objeto de intensas pesquisas. Para explicar a ocorrência desse fenômeno, algumas propostas foram feitas. O aumento da concentração plasmática de adrenalina e cortisol, ambos imunossupressores, pelo treinamento físico prolongado, poderia ser o responsável pela ocorrência desse fenômeno. Neste trabalho, discutimos a proposta de que alterações da capacidade antioxidante (química e enzimática) podem estar envolvidas no processo. Nossos resultados e de outros autores indicam que: 1) diversos hormônios alterados pelo exercício físico podem modular as atividades das enzimas antioxidantes (SOD, catalase e glutationa peroxidase); 2) o estresse oxidativo promovido pelo treinamento físico de resistência não afeta os órgãos linfóides de animais exercitados; 3) a baixa capacidade antioxidante enzimática demonstrada por macrófagos de animais treinados ou com disfunções hormonais, pode estar relacionada com a alta incidência de infecções e inflamações apresentada por indivíduos ou animais treinados em exercício de resistência aeróbia.

UNITERMOS: Treinamento Físico, Imunossupressão; Enzimas antioxidantes; Antioxidantes químicos; Infecções; Órgãos linfóides; Macrófagos.

 

DEMANDA METABÓLICA EM LUTAS DE PROJEÇÃO E DE SOLO NO JUDÔ: ESTUDO PELO LACTATO SANGUÍNEO

Alexandre Janotta Drigo, Andréa Rodrigues de Amorim, Carlos J. Martins, Renato Molina

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No Judô as lutas desenvolvem-se em técnicas de projeção ou domínio no solo, porém pouco se sabe da sobrecarga nestas atividades. Desta forma, com objetivo de comparar essas duas etapas de luta, judocas masculinos (n=8) de Rio Claro-SP foram testados em duas sessões constituídas de 3 tentativas de 2 min de duração com 1 min e 30 s de intervalo. Ao final de cada tentativa foi coletado sangue de lóbulo de orelha para determinação do lactato sanguíneo. Nas lutas de projeção foram obtidos valores de lactato sanguíneo na primeira, segunda e terceira tentativas de, respectivamente: 4,8± 1,6 mM, 7,1± 2,7 mM e 7,9± 3,2 mM e nas lutas de solo de: 4,2± 0,8 mM, 6,7± 2.0 mM e 8,4± 3.2 mM. Não houve diferença significativa entre as duas condições, porém houve aumento do lactato sanguíneo entre as consecutivas repetições (p<0,05). Houve correlação positiva entre o lactato sanguíneo nas lutas de projeção e de solo (r=0,95, p<0,05). Concluiu-se que ambas as lutas implicam em demanda lática de igual magnitude, e sugere não haver vantagem metabólica, em utilizar como estratégia de competição, alguma fase específica para recuperação ou tentativa de remoção de lactato.

UNITERMOS: Judô, Lactato, Lutas, Treinamento.

 

REFLETINDO SOBRE O JOGO

Júlia Paula

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Este artigo propõe algumas reflexões sobre o tema jogo, mostrando inicialmente que este é uma entidade sem definição, pois representa uma busca de satisfação de uma necessidade não material do ser. Ele não é exclusivo desta ou daquela sociedade e também não é exclusividade da espécie humana: em todas as culturas há jogo e os animais também jogam. O jogo do bebê é funcional, pois expressa funções específicas da espécie. Já o jogo da criança é expressão de todo o seu ser. O jogo é espontâneo, sério, prazeroso, arrebatador. Ele instaura na criança o sentido de tarefa, bem como o amor à ordem e também a introduz no processo de socialização. Jogo não é sinônimo de esporte, nem de atividade física, pois ele é presente na humanidade desde os primórdios da existência , manifestando-se mesmo no princípio de todas as coisas, no ato da Criação. Tudo, portanto, já foi criado como jogo lá no início, cabendo ao homem recriar sua própria vida na medida em que se entrega a ela de maneira intensa e total, ou seja, em atitude de jogo.

UNITERMOS: Jogo - Espontaneidade - Criação - Recriação.

 

CABEÇA DE FERRO, PEITO DE AÇO, PERNA DE PAU: A CONSTRUÇÃO DO CORPO ESPORTISTA BRINCANTE

Heber Eustáquio de Paula

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O confronto das teorias da ludicidade com o cotidiano de jogadores profissionais de futebol levou-me a investigar as seguintes questões: do ponto de vista das teorias acerca da ludicidade, pode um atleta profissional vivenciá-la em sua atividade? O que a história do futebol brasileiro nos revela sobre os princípios da ludicidade? Considerando o futebol profissional brasileiro, pode um jogador atuar de forma lúdica em a sua profissão? Buscando compreender essas e outras indagações, analisamos a história do futebol no contexto sociopolítico brasileiro, evidenciando os aspectos centrais da atuação dos atores sociais nesse meio. A história de vida de Dario José dos Santos, ex-jogador profissional de futebol, juntamente com as entrevistas de apoio realizadas com outros atores sociais, como ex-jogadores, treinadores; jornalistas ligados ao futebol e à trajetória de Dario, bem como a análise de material videográfico, fotográfico e de outras fontes documentais, serviram como referencial básico para a compreensão do cotidiano do futebol profissional brasileiro à luz da literatura relacionada à ludicidade. Essa articulação metodológica revelou o futebol brasileiro como um campo onde se cruzam inúmeros interesses sociais, econômicos, políticos, culturais; como um cenário onde os movimentos de conformismo e resistência sociocultural se entrelaçam permitindo aos seus diversos sujeitos o exercício de variados papéis. A trajetória de Dario José dos Santos como esportista evidenciou a possibilidade da vivência lúdica no cotidiano do futebol profissional, contrariando assim os pressupostos da teoria proposta por Huizinga acerca da ludicidade. Personificando o corpo do "esportista brincante", Dario nos indica o potencial transformador e revolucionário do esporte profissional na medida em que suas ações fundaram-se principalmente no prazer de jogar, no respeito aos limites do outro, na forma criativa e crítica de dialogar com a bola e com os outros sujeitos sociais, no desejo da construção coletiva das jogadas, bem como na alegria de fazer os outros sorrirem e festejarem. Essas conclusões corroboram a opinião de alguns estudiosos da ludicidade, que apontam para a necessidade de redimensionamento do esporte na perspectiva lúdica.

UNITERMOS: História de vida, ludicidade, esporte.

 

A CONSTRUÇÃO DO JOGO NA ESCOLA

Zenaide Galvão

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Esse estudo apresenta dois objetivos: primeiro mostrar a importância do jogo no processo educacional e, segundo, descrever um trabalho realizado com alunos do Ciclo Básico (1ª e 2ª séries do 1º grau) de uma Escola da Rede Estadual de Ensino de Rio Claro-SP, cuja proposta foi a modificação e criação de jogos com regras nas aulas de Educação Física.

UNITERMOS: Educação Física Escolar, o jogo e a Educação.

 

TEORIA, PRÁTICA E REFLEXÃO NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO FÍSICA TEXTO COMPLETO / FULL TEXT

Carol Kolyniak Filho

 

UM ENFOQUE ERGONÔMICO PARA A EDUCAÇÃO FÍSICA TEXTO COMPLETO / FULL TEXT

Carlos Alberto Anaruma

Raquel Aparecida Casarotto

 

UMA PROPOSTA DE PRÁXIS PEDAGÓGICA SIGNIFICATIVA DE EDUCACÃO FÍSICA “ADAPTADA” ÀS NECESIDADES

DE CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOOWN TEXTO COMPLETO / FULL TEXT

Romildo Vieira do Bomfim

 

A AÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO FÍSICA: ESTUDO DE UM TIPO DE

FORMAÇÃO PROFISSIONAL CIENTÍFICA TEXTO COMPLETO / FULL TEXT

Suraya Cristina Darido