MOTRIZ - Revista de Educação Física - UNESP

Volume 1, Número 1, Junho/1995

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http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/revista.htm


EDITORIAL

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Grandes, complexas e significativas mudanças abalaram o mundo há muito tempo, destruindo valores antes bem alicerçados e construindo novas convicções. Com velocidades nem sempre programadas e com consequências nem sempre previsíveis, o poder da palavra vem encantando ou assustando multidões.

Quaisquer das mídias atuais alcançam hoje uma dimensão absoluta de comunicação, pondo em xeque o poder das distâncias, antes tão crucialmente percorridas.

Nos passos da modernidade, os responsáveis pelo Departamento de Educação Física do Instituto de Biociências - UNESP - Rio Claro, juntando-se aqueles que desejam fazer da palavra um meio de expressão acadêmica lançam a revista Motriz, coroando 11 anos de profícuo trabalho em prol da Cultural Corporal, depois da instalação definida dos Curso de Licenciatura e Bacharelado, dos Simpósios de Educação Física, da organização de cursos de Extensão, Aperfeiçoamento, Especialização e Mestrado, da realização de projetos de Extensão comunitária, da formação de um grupo acadêmico, da organização de laboratórios setoriais de pesquisa...

Via de acesso os conhecimento, a Revista Motriz é mais um orgão divulgador à disposição de profissionais que refletem sobre a motricidade humana, seja no campo da tecnologia, da ciência ou da filosofia e sempre em busca de uma melhor qualidade de vida.

Entre os membros da paciência/pessimismo e da impaciência/esperança, preferimos o segundo time, pois há muito a divulgar e muito a compartilhar em nossas áreas de atuação

Prof. Dr. Luis Alberto Lorenzetto

Chefe do Departamento de Educação Física

 

CIÊNCIA DO ESPORTE - UNIDADE, DIVERSIDADE, INTEGRAÇÃO

Monica Maria Viviani Brochado

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RESUMO

A ciência do esporte, considerado aqui no seu sentido mais amplo, como atividade física ou motricidade humana, tem sido discutida exaustivamente. O presente trabalho teve por objetivo fazer uma revisão bibliográfica, concentrada em autores alemães, acerca da situação da ciência do esporte, suas conquistas e problemas. Discute-se as possibilidades de integração entre as diversas disciplinas que compõe a ciência do esporte e alguns problemas resultantes da crescente especialização nas diferentes sub-áreas de estudo. A legitimação do trabalho científico no esporte deve ser reforçada, relacionando-o com as questões e os problemas sociais e políticos atuais. As dificuldades que surgem na tentativa de integração e a expediência histórica demonstram que se deve encarar a interdisciplinaridade com certo ceticismo, mas ao mesmo tempo tentar manter as sub-áreas do esporte unidas, evitando que O HOMEM, como um todo, seja esquecido.

UNITERMOS: ciência do esporte; interdisciplinaridade; especialização

 

DESENVOLVIMENTO MOTOR NA TEORIA DOS SISTEMAS DINÂMICOS

Giselda Angela Costa Gonçalves, Andréa Krüger Gonçalves, Alaércio Perotti Júnior

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RESUMO

A teoria dos Sistemas Dinâmicos surgiu de uma nova abordagem ao estudo da coordenação do movimento, nas décadas de 70 e 80, contrapondo-se às outras perspectivas existentes. Esta nova concepção teórica foi formulada por TURVEY e colaboradores (1980), tendo por base as idéias de coordenação e controle do movimento propostas por Bernstein, e a teoria da percepção direta de Gibson. De acordo com a Teoria dos Sistemas Dinâmicos, é através da auto-organização entre outros princípios, que se pode entender a emergência de novas formas de comportamento sobre a ação do tempo real, no curso do desenvolvimento sobre a ação do tempo real, no curso do desenvolvimento. Este trabalho visou identificar as contribuições da teoria dos Sistemas Dinâmicos para o estudo do desenvolvimento motor humano. Após revisão da literatura, concluiu-se que a trajetória desenvolvimental é vista pela Teoria dos Sistemas Dinâmicos como um processo contínuo e dinâmico; sendo que a concepção de desenvolvimento dada como linear e pré-determinada, não é mais aceita por esta nova abordagem. O processo de desenvolvimento é visto como não-estacionário, dinamicamente mudando e sendo afetado pelo espaço que o cerca e os diferentes sub-sistemas que compõe o organismo.

UNITERMOS: Desenvolvimento Motor, Teoria dos Sistemas Dinâmicos, Auto-organização

 

A BRINCADEIRA DE CORPO E ALMA NUMA ESCOLA SEM FIM: REFLEXÕES SOBRE O BELO E O LÚDICO NO ATO DE APRENDER

Wilson do Carmo Junior

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RESUMO

Este estudo apresenta uma análise filosófica sobre a Educação Física, com o propósito de formar relações interdisciplinares na educação global da criança. Resposta, pelas vias de alguns sistemas filosóficos contemporâneos, as questões estéticas no que se refere à intencionalidade da criança na busca da beleza, da ludicidade, e da sua expressão corporal enquanto brinca. As reflexões sobe o belo e o lúdico, o uso do corpo nas atividades propostas pela Educação Física oferecem, juntamente com o mundo imaginário da criança, os elementos fundamentais da relação entre conceitos, valores e comportamentos. Trata-se, portanto, de referendar a escola imaginária construída a partir do simbolismo existente no cotidiano infantil. Considero dentro do contexto escolar, os "lugares imaginários" nos quais a criança, pelo uso de sua corporeidade, descobre quase que solitariamente, o mundo com suas harmonias.

UNITERMOS: Educação Física, o jogo e a Educação

 

ESPORTE NA ESCOLA: MAS É SÓ ISSO, PROFESSOR?

Irene Conceição Rangel Betti

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RESUMO

O esporte tornou-se, nas últimas décadas, o conteúdo hegemônico das aulas de Educação Física, porém apenas algumas modalidades esportivas são eleitas pelos professores. Este ensaio procura discutir por que outras modalidades, e conteúdos não-esportivos pouco são utilizados, além de surgir algumas possibilidades de uso destes conteúdos.

UNITERMOS: Educação Física Escolar, Esporte na escola.

 

ANÁLISE DOS EFEITOS DA DESNUTRIÇÃO PROTÉICO-CALÓRICA SOBRE AS RESPOSTAS AO EXERCÍCIO AGUDO (SINGLE SECTION) - PARÂMETROS METABÓLICOS

Cassiano Merussi Neiva, Marcelo Renato Guerino, Maria Alice Roston de Mello

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RESUMO

A intenção deste estudo foi apresentar resultados da aplicação de uma dieta hipoprotéica potencialmente geradora de desnutrição, em um modelo animal e suas interferências sobre os níveis séricos de glicose, agl, albumina e proteínas totais, níveis hepáticos e musculares de glicogênio, bem como crescimento e ganho de peso. O estudo em um segundo momento, relaciona ainda as alterações fisiológicas e metabólicas ocorridas fentre ao exercício, submetendo animais desnutridos e não desnutridos ao exercício agudo.

UNITERMOS: Exercício, Desnutrição.

 

RESPOSTA METABÓLICA E CARDIOVASCULAR DURANTE O TRIATLO DE MEIO IRONMAN. RELAÇÃO COM A PERFORMANCE

Pedro Balikian Junior, Benedito Sérgio Denadai

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RESUMO

Os objetivos deste estudo foram: 1) determinar a correlação entre o Limiar Anaeróbio (Lan) e a performance no triatlo de Meio Ironman; 2) descrever e comparar a FC e a velocidade correspondentes ao Lan da natação, ciclismo e corrida, com a FC e a velocidade destas provas durante o triatlo; 3) descrever o comportamento do lactato (LAC) e da glicemia (GLI) durante a prova. Participaram do estudo 6 atletas do sexo masculino com idade entre 18 e 24 anos. O Lan foi definido como a velocidade correspondente a concentração de 4 mM de LAC e foi determinado medindo-se sua concentração após cada tiro nos testes de natação (3x2000 m progressivos), ciclismo (3x2400 m progressivos) e corrida (3x1200 m progressivos). A velocidade de cada evento correspondente a 4mM foi calculada por interpolação linear. Os dados de competição foram obtidos durante uma prova de Meio Ironman (1,9 Km natação, 90 Km ciclismo e 21 Km corrida) A FC, o LAC e a GLI foram determinados durante a transição dos eventos e ao da competição. A FC também foi determinada em mais três pontos de controle existentes no percurso do ciclismo e corrida. O Lan da natação e do ciclismo correlacionou-se significantemente com a velocidade de prova nestes eventos (r = 0,92 e r = 0,92, respectivamente). O mesmo não ocorreu entre a velocidade do LA e velocidade de prova na corrida (r= 0,63. A velocidade de prova da natação (64,8 m/min) não foi diferente do que a velocidade equivalente ao Lan (65,5m/min). Por outro lado, as velocidades de prova do ciclismo (538,0 m/min) e da corrida (201,0 m/min) foram significantemente menores do que as velocidades do Lan (639,0 e 264,0 m/min respectivamente). Na natação a FC de prova foi maior do que a FC do LAn. Na corrida, somente a FC nos dois últimos trechos de prova, foi significa menor do que a FC do LAn. Durante o ciclismo, não houve diferenças significantes entre a FC de prova e a FC do LAn, bem como entre as FC dos quatro trechos de prova. A concentração de LAC na natação foi maior do que no ciclismo e corrida, sendo que entre estas duas últimas provas, não houve diferença. A GLI foi menor logo após a corrida, quando comparado com os valores obtidos após a natação. Deste modo podemos concluir que: 1) O Lan á capaz de predizer a performance da natação e do ciclismo durante o triatlo de Meio Ironman, o mesmo não acontecendo com a corrida; 2) O uso da FC para controlar a intensidade de prova, principalmente durante o ciclismo e a corrida, pode apresentar limitações.

UNITERMOS: Triatlo; Limiar Anaeróbio; Lactato; Glicemia; Frequência Cardíaca.

 

POR QUE DANÇAR? UM ESTUDO COMPARATIVO

Catia Mary Volp, Sivia Deutsch, Gisele M. Schwatz

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RESUMO

Desde os primórdios o homem se utiliza do movimento e da dança. Com isso, ele se comunica, se expressa, se satisfaz, se encanta, se educa. Dentre os vários tipos de dança, a dança de salão é uma atividade, cuja a complexidade, pode se adaptar às habilidades individuais, é acessível a qualquer sexo e faixa etária podendo proporcionar situações de experiência máxima. Portanto, este estudo teve por objetivo investigar os motivos que levaram os jovens escolares e adultos a praticarem a dança de salão. Dois grupos foram entrevistados: o primeiro grupo com 60 sujeitos (25 homens e 35 mulheres) de idade média igual a 52,18 anos e o segundo grupo com 38 sujeitos (15 homens e 23 mulheres) de idade média igual a 14,76 anos. Os resultados mostraram que primeiramente o prazer é o motivo mais forte que leva adultos e adolescentes à prática da dança de salão. Em segundo plano, mostra a dança de salão como uma boa opção para ocupação do tempo livre, embora os adultos enfatizem bem mais este aspecto que os jovens. A sociabilidade, como motivo para a prática da dança, aparece em ambos os grupos etários com percentagens equivalentes. De acordo com a opinião dos sujeitos pesquisados, a dança de salão promove satisfação, pode ser considerada uma atividade de lazer e favorece a sociabilização, fatores fundamentais na formação do indivíduo. Sendo assim, sugere-se a dança de salão, não apenas como atividade informal , mas também como atividade curricular.

UNITERMOS: dança de salão, experiência máxima, motivos.

 

ESPECIALIZAÇÃO PRECOSE NA NATAÇÃO E SEUS EFEITOS NA IDADE ADULTA

Suraya Cristina Darido, Fernando Kovacs Farinha

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RESUMO

O Objetivo do presente estudo foi verificar os efeitos de um programa de natação de alto rendimento oferecido à crianças que iniciaram o treinamento de natação entre 7 e 12 anos, e suas consequências na idade adulta. Para alcançar estes objetivos foi realizada uma entrevista semi-orientada com ex-atletas de natação de alto nível. Os resultados, na opinião dos atletas, indicaram que o treinamento de natação em períodos de pouca idade, resultam em inconvenientes, sendo que os principais são: rivalidade, stress, falta de tempo livre e outros. Porém, todos repetiriam a experiência, pois consideram esse período de extrema importância para a sua formação geral, no que diz respeito a determinação, dedicação e superação de obstáculos.

UNITERMOS: Especialização precoce, treinamento.

 

 

EDUCAÇÃO FÍSICA NAUNESP DE RIO CLARO: BACHARELADO E LICENCIATURA

José Maria de Camargo Barros

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RESUMO

Um dos marcos da transformação por que passa a educação física no Brasil é a Resolução 03/87 do Conselho Federal de Educação, que determinou a restruturação dos cursos de graduação em educação física. Até 1987, havia apenas a possibilidade do curso de licenciatura na área e, complementarmente, o de técnico esportivo. Agora, com os programas de bacharelado, existem outras possibilidades. A UNESP de Rio Claro, reconhecendo que, restringindo-se ao programa de licenciatura em educação física, como era no passado, não atenderia mais as necessidades da sociedade brasileira, desenvolveu dois programas de graduação: Licenciatura e Bacharelado. A Licenciatura é orientada à preparação de professores de educação física para o ensino de 1° e 2° graus. Este educador profissional, além de conhecimentos específicos da área, deve possuir um profundo conhecimento das funções sociais da escola, sua história, problemas e perspectivas na sociedade brasileira. Isto é mais do que atender a legislação sobre a licenciatura. No bacharelado, a educação física é considerada uma área específica de estudo do movimento humano. Neste programa os alunos têm a possibilidade de escolherem, para estudos mais específicos, 2 áreas do campo de atuação profissional: Esporte de Alto Rendimento e Atividade Física Geral (sub-áreas: atividade física e saúde, recreação e lazer e educação física adaptada). Ambos os programas têm ainda, uma preocupação com a formação de uma atitude científica.

UNITERMOS: Currículo, Graduação, Preparação Profissional, Esporte, Educação Física.

 

 

A EDUCAÇÃO FÍSICA NÃO É MAIS AQUELA

Mauro Betti

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