Festival de Atividade Física Adaptada (FAFA)

Alunos especiais que ensinam alunos universitários
Festival anual da UNESP
por Debra Campbell

Você não vê sempre um coelho, um palhaço, e uma Pantera Cor-de-Rosa, servindo cachorro-quente num ambiente de aula. Mas o que cachorro-quente, risos, jogos, dança e diversão têm a ver com o ensino sobre diversidade dentro da universidade? Tudo, de acordo com a Professora Doutora Eliane Mauerberg-deCastro da UNESP. Todo ano, mais de 60 alunos universitários e 115 alunos com deficiência de instituições locais fazem uma festa para provar isto.

O festival anual de atividade física adaptada da UNESP é uma das poucas oportunidades onde alunos com necessidades especiais tem a oportunidade de serem educadores. Dr. Mauerberg-deCastro iniciou o evento em 1998 para que alunos de escolas e intituições locais pudessem dar uma oportunidade de aprendizado aos alunos universitários, os quais põe em prática as teorias e técnicas em educação física adaptada que eles aprenderam durante o semestre. Agora, a cada ano seus alunos planejam e executam este festival durante sua última semana de curso. O festival inclui jogos, música, dança e coisas gostosas para comer, assim como, exercícios e atividades estruturadas para qualquer participante não importa seu corpo, forma ou capacidade.

A Profa. Dra. Mauerberg-deCastro coloca que, "Você ouve muitas coisas sobre conceitos de diversidade e inclusão. Em educação nós seguimos mais ou menos os modelos norte americanos nestas áreas." Mas falar em respeitar pessoas que são diferentes de nós mesmos é diferente de agir, diz Mauerberg-deCastro. Provavelmente, ela explica, porque nós frequentemente não temos que lidar cara-a-cara com pessoas fora de nosso pequeno e restrito círculo. Mas a professora está determinada a dar oportunidade a seus alunos de experimentar idéias e experiências que desafiem suas atitudes pré-concebidas. Seus alunos, por exemplo, devem apresentar seminários sobre inclusão, discriminação, sexualidade, violencia, envelhecimento e institucionalização, todos relacionados com o portador de deficiência, o que geralmente cria controvérsias com os membros da classe.

Mas ajudar seus alunos a aprender a pensar analiticamente é uma parte dos desafios na UNESP. Ajudar eles a aprender a pensar inclusivamente é parte da missão educacional, diz a Dra. Mauerberg-deCastro, "Todos estão falando de inclusão das pessoas com deficiências em ambientes educacionais regulares. Mas isto não é novidade. Isto é lei desde 1996. Futuros professores precisam saber como educar estudantes--todo tipo de estudante--e não se desculpar dizendo que não sabem como, ou que não podem incomodar o resto da classe, e assim por diante. Isto é lei. Temos que nos acostumar."

A educação física adaptada é uma disciplina obrigatória. Todos os alunos de educação física na UNESP tem que completá-la. Como resultado, alguns alunos começam a disciplina a contra-gosto, questionando por que eles tem que gastar seu tempo numa matéria que tem tão pouco a ver com suas vidas e metas profissionais. Porém, quase todos terminam o semestre com um sorriso, com um novo conhecimento adquirido e maior auto-estima. O festival é uma prova disto.

Anderson Oliveta, por exemplo, diz que até o festival que ele participou, ele realmente não apreciava trabalhar com pessoas com deficiências. "Quando nós começamos a estudar o material apresentado em classe, parecia difícil de entender. Eu nunca tive contato com qualquer pessoa com deficiência. Não parecia relevante pra mim. Depois desta experiência, após trabalhar com as crianças, brincar com elas e ter um contato físico, eu entendi melhor o que a professora estava falando: o processo de trabalhar na educação física adaptada. As pessoas que nós supúnhamos trabalhar tornaram-se reais." Mas Oliveta admite uma tendenciosidade pessoal, uma atitude pré-concebida. "Primeiro eu fiquei chocado," ele diz. "estudar estas coisas em classe é uma coisa, mas quando eles aparecem um dia numa enorme turma, eu esqueci tudo que havia falado antes. E pra dizer a verdade, eu fiquei impressionado com suas aparências físicas, suas diferenças," ele admite. Mas não demorou muito para Oliveta se envolver energeticamente com os alunos visitantes e seus colegas; ele logo começou a aplicar eficientemente as coisas que ele aprendeu ao longo do semestre.

O colega Mario Luiz Macedo concorda. "Quando nós começamos o curso, eu nunca imaginei que eu poderia trabalhar com alguém seriamente incapacitado," Macedo diz, revelando suas dúvidas sobre suas próprias habilidades prévias em trabalhar e socializar com pessoas com deficiências. A experiência no festival abriu uma porta. Eu estou muito mais seguro de minhas capacidades agora." Macedo esperava que aplicar as informações aprendidas em classe seria muito mais difícil do que na verdade foi. Uma vez que ele ficou envolvido, começou interagir com todo mundo, colocou a "mão na massa," o trabalho parecia fácil e natural pra ele. "Outra coisa eu realmente gostei," ele disse, "é o quanto estas pessoas te apreciam." Ele continua, "Com crianças 'normais,' não importa que tipo de atividade você tenha planejado, eles nunca parecem demonstrar muito sua gratidão ou prazer. Estes alunos hoje abraçam você e querem fazer mais, não importa o quão simples a atividade seja."