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ARTIGOS: Física, Universo




O Bóson de Higgs e o Big Bang

De onde viemos? Para onde vamos? Como surgiu o universo? Perguntas essas que permeiam na história da humanidade e infinitas teses e teorias foram formuladas com o intuito de tentar respondê-las. Nos últimos anos, o avanço da tecnologia proporcionou uma descoberta fantástica, que pode começar a desvendar os segredos do começo do universo: o chamado Bóson de Higgs.

Também conhecido como “Partícula de Deus”, o Bóson de Higgs é uma partícula crucial ao estudo da física quântica – a ciência que estuda as coisas menores do que o átomo. Por mais de 50 anos, ela foi a peça que faltava para completar a teoria do Modelo Padrão da Física (derivado do trabalho de Albert Einstein e seus sucessores no começo do século 20, e que abriu caminho para a Física Moderna), unindo todas as partículas conhecidas da matéria (férmions) e os transportadores das forças que agem sobre elas (bósons).

A descoberta do Bóson de Higgs foi feita por cientistas do Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês), no CERN (Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear), localizado em Genebra, na fronteira entre França e Suíça. Foi anunciada em 04 de julho de 2012 e, desde então, se iniciaram testes para comprovar a descoberta.

Segundo a teoria, o Bóson de Higgs deu massa à matéria expelida pelo Big Bang há 14 bilhões de anos, o que permitiu o surgimento de tudo o que existe no cosmos. Em 1964, Peter Higgs (físico da University of Edinburgh, na Escócia) sugeriu que todas as partículas não possuíam massa e eram iguais logo após a grande explosão que deu origem ao universo.

Conforme o cosmos esfriou, um campo de força invisível - o “campo de Higgs”- se formou com seus respectivos bósons. Esse campo permanece no cosmos e qualquer partícula que interaja com ele recebe uma massa através dos bósons. Quanto maior a interação, mais pesadas elas se tornam e as partículas que não interagem, permanecem sem massa. Portanto, as partículas só conseguiram ganhar massa devido ao Bóson de Higgs.

Em 02 de julho de 2014, em um experimento que contou com a participação de 2 equipes brasileiras, uma da UNESP e outra da UERJ, foi comprovado o decaimento do Bóson de Higgs em férmions, comprovando a hipótese de que ele é o gerador das massas das partículas constituintes da matéria.

As pesquisas com o Bóson de Higgs, entretanto, geram desconfianças por parte de alguns acadêmicos. O conceituado físico Stephen Hawking, por exemplo, já sugeriu que a partícula pode tornar-se instável e causar uma “decadência catastrófica do vácuo”, que levaria ao colapso do tempo e do espaço. Mas, para isso, seriam necessários níveis exorbitantes de energia, uma quantidade impossível no mundo atual.

O fato é que ainda há muito o que se descobrir sobre o bóson e o surgimento do universo. Porém um grande avanço já foi feito e a ciência mostrou novamente que sempre há algo novo para ser descoberto.

Ricardo Afonso Pança







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