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ARTIGOS: Filosofia da Ciência




Vida e a Auto-sustentação

Falar de vida nem sempre é uma tarefa fácil. Defini-la, então, mais difícil. A pergunta “o que é vida?”, não permite respostas simples, já que cada um utiliza um critério para compreendê-la, não existindo assim definição universal para este termo. A definição do termo “vida” é muito variada. Segundo o dicionário Aurélio (2000), vida pode ser: “1. Conjunto de propriedades e qualidades, graças às quais animais e plantas se mantêm em contínua atividade; existência. 2. A vida humana. 3. O espaço de tempo que vai do nascimento à morte; existência. 4. Um dado período de vida. 5. Biografia. 6. Modo de viver. 7. Força, vitalidade.” Estas definições, apesar de conhecidas em nosso dia a dia, não completam o real sentido da palavra que o ser humano busca. Afinal, o que é vida?

Essa questão vai muito além do poder de entendimento atual do ser humano. Cada um cria para si um sentido para o termo, na tentativa de decifrá-lo. Para cada religião a vida possui um significado, bem como para cientistas que divergem o tempo todo, tentando discernir seu começo e fim, filósofos que tentam analisar os mais variados fatores em busca de uma resposta, e mesmo leigos que simplesmente a tentam definir de um modo simples e, quase sempre, direcionado à figura de deus, ao amor, à satisfação e aos fenômenos fisiológicos como um conjunto de perfeição.

A teoria autopoética do planeta diz que todos os organismos vivos e elementos abióticos vivem em conjunto para formar a vida, um planeta vivo. Apesar de ser muito contestável, principalmente em termos evolucionistas, quando um caráter só é atingido em competição com outros seres semelhantes – no caso, outras biosferas – esta teoria mostra-se muito relevante, já que, devido à interdependência de todos os habitantes, fica muito difícil considerar um único ser como uma vida, ou seja, considerar-se-ia a vida um conjunto de organismos interdependentes, afinal, a dependência interespecífica e mesmo de fatores abióticos, é facilmente comprovada.

Considera também que o ser biológico incorpora mais do que produtos necessários à sua sobrevivência. Incorpora também as impressões sensoriais, somente a partir das quais a manutenção da vida tornou-se possível, já que não é preciso ter consciência para perceber, mas é fundamental perceber o que pode matar, com o que se pode acasalar e do que se pode alimentar, para se perpetuar como espécie. Assim, qualquer idéia que pudesse conservar a vida, seria conservada e mantida pela evolução para contribuir com a sobrevivência de nossos ancestrais, sendo que, se não temêssemos a morte de algum modo, poderíamos nos precipitar e nos matarmos ao nos sentirmos confusos e incomodados , perecendo como espécie. A crença na importância da vida, portanto, pode não ser um reflexo da realidade, mas uma fantasia evolutivamente reforçada, que leva os que nela crêem a fazerem de tudo para sobreviver.

Pode-se concluir então, que a vida é um conjunto de fenômenos biológicos, sensoriais e evolutivamente conjuntos de todos os seres existentes na superfície do planeta Terra, sendo que assim, a Terra, por si só, funcionaria como um único e grande ser vivo, constituído por suas “células” e seus “sistemas”, mas ainda dependente de outros, já que sua vida só é possível graças à ação de outros astros. Deste modo, considerando a interdependência dos seres fundamental para a definição da vida, esta não se resumiria ao planeta, mas sim a algo muito maior do que está ao nosso alcance reconhecer, divergindo da opinião do autor em sua última consideração: “A vida, além disso, parece estar prestes a perceber, pela primeira vez, seu lugar estranho mas verdadeiro num cosmo em inexorável evolução”.

Aline Fernanda Catae, Elen Fernanda Nodari, Regiane Alves de Oliveira – Segundo ano de Ciências BIológicas







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